As crises políticas e as guerras cibernéticas estão diretamente relacionadas. Mas você sabe como?
Em nossos últimos artigos já mencionamos os motivos que podem ocasionar uma guerra cibernética. Então a esse ponto, você já deve ter compreendido que as motivações que levam um país a entrar em conflito com o outros são políticas.
E se você ainda não leu nosso artigo mais completo sobre guerra cibernética ainda, eu recomendo pra que assim você possa ampliar a sua visão a partir deste texto.
Um pouco de contexto antes de entendermos a relação entre crises políticas e guerras cibernéticas…
A definição de guerra cibernética, de maneira resumida, é o conflito entre dois ou mais países que ocorre a partir do uso de tecnologia.
Pra que isso fique ainda mais fácil de ser compreendido, confira a seguir o nosso vídeo com uma linha do tempo com os conflitos dos últimos 10 anos:
Apesar do vídeo destacar os conflitos dois últimos 10 anos, as crises políticas e guerras cibernéticas estão longe de serem “amigas recentes”, em uma pesquisa mais avançada, conseguimos identificar conflitos do tipo ocorrendo desde 1969.
Confira como eram os conflitos até a década de 80:
- 1969 | Dezembro
É fundado o DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency), um ambiente online que conecta quatro das principais universidades dos EUA.
Projetado para organizações de pesquisa, educação e governo, fornece uma rede de comunicações que liga o país inteiro no caso de um ataque militar destruir sistemas de comunicação convencionais.
- 1982 | Junho
Depois de saber que a União Soviética planejava roubar software de uma empresa canadense para controlar seu oleoduto transiberiano, a CIA altera o software para causar a explosão do oleoduto. É considerado o primeiro ataque cibernético da história.
- 1986 | Agosto
Ao longo de 10 meses, com início em agosto, Clifford Stoll, um pesquisador de Física da Universidade da Califórnia, em Berkeley, rastreia o hacker que invadiu os computadores do Lawrence Berkeley National Laboratory, uma instalação do Departamento de Energia dos EUA e computadores das forças armadas norte-americanas.
Ele localizou o hacker na Alemanha. É a primeira investigação desse tipo a ocorrer no mundo.
- 1988 | Novembro
Um worm encerra temporariamente cerca de 10% dos servidores de Internet ao redor do mundo. É a primeira ocorrência de algo do tipo. Robert Tappan Morris, um estudante da Universidade de Cornell, lançou o worm. Morris é a primeira pessoa julgada e condenada sob a lei de fraude e abuso cibernético.
Deu pra ver que desde os primórdios das guerras cibernéticas, quando elas ainda nem tinham esse nome, elas já eram baseadas em crises políticas e já causavam danos a sociedade.
Crises políticas, guerras cibernéticas e o início da corrida armamentista
A corrida armamentista é o processo de um país no investimento de tecnologias e soluções que o protejam ou sirvam de ferramenta para uma guerra cibernética.
Um detalhe importante aqui, é que isso pode girar basicamente em torno de ações de espionagem (a princípio), o que já é o suficiente para iniciar um desacordo internacional.
Nesse processo, o Irã foi um dos primeiros a fazer parte, inclusive como agressor.
Em agosto de 2012, a empresa Saudi Aramco, da Arábia Saudita, uma das maiores produtoras de petróleo do mundo, foi atingida por um malware conhecido como Shamoon, que limpou 35.000 computadores da empresa.– cerca de três quartos de sua força computacional – deixando suas operações essencialmente paralisadas.
Nas telas das máquinas danificadas, algo digno de cinema: o malware deixou uma imagem de uma bandeira americana em chamas.
Um grupo autodenominado Cutting Sword of Justice reivindicou o crédito pelo ataque como uma declaração ativista, mas os analistas de segurança cibernética rapidamente suspeitaram que o Irã era o responsável final e usaram os sauditas como um alvo em retaliação ao Stuxnet.
Mas é claro que não terminou por aí…
No mês seguinte, hackers iranianos, que se autodenominavam Operação Ababil, atingiram todos os principais bancos dos EUA, desativando seus sites com rajadas de ataques apoiados em DDoS.
Novamente, os analistas de segurança cibernética identificaram a mão do governo iraniano na sofisticação do ataque, apesar da fachada “hacktivista”.
Até que, pouco mais de um ano depois, em fevereiro de 2014, hackers iranianos lançaram outro ataque direcionado ao solo americano:
Após comentários públicos do bilionário sionista Sheldon Adelson, sugerindo que os EUA usassem uma arma nuclear no Irã, hackers atacaram o cassino Las Vegas Sands, de Adelson, usando um malware destrutivo para derrubar milhares de computadores, como ocorrera em Saudi Aramco.
Mas, em 2014, o Irã não era mais o único país a explorar o potencial de ataques cibernéticos em todo o mundo.
A Coréia do Norte também se preparava para entrar com tudo na guerra cibernética. Depois de anos organizando ataques DDoS punitivos contra seu adversário favorito, a Coréia do Sul, hackers norte-coreanos arquitetaram uma operação mais ousada:
Em dezembro de 2014, eles revelaram que haviam penetrado profundamente na rede da Sony Pictures pouco antes do lançamento de The Interview, um filme de baixo custo de comédia sobre uma trama de assassinato contra o ditador norte-coreano Kim Jong-un.
O caso repercutiu ao redor do mundo na época
Os hackers norte-coreanos, que se autodenominavam Guardiões da Paz, roubaram e vazaram resmas de e-mails, além de vários filmes ainda não lançados.
Eles terminaram o ataque limpando milhares de computadores da corporação e, seguindo o exemplo dos iranianos, deixaram uma imagem ameaçadora nos computadores apagados, que mostrava um esqueleto juntamente com uma mensagem de extorsão:
Eles exigiram dinheiro e que o lançamento de The Interview fosse cancelado.
Apesar desse crime cibernético, o FBI nomeou publicamente o governo norte-coreano como o autor do ataque, baseado em parte em uma falha que revelou um endereço de IP chinês conhecido por ser usado por hackers norte-coreanos.
E a lista de potências mundiais entrando na briga da guerra cibernética cresceu desde então.
Com todo esse histórico, fica difícil não entender a relação direta entre crises políticas e guerras cibernéticas.
Quer o histórico das Guerras Cibernéticas?
A gente sabe como é importante conhecer casos reais para entender melhor o conceito de guerra cibernética, e por isso, preparamos uma linha do tempo com os alguns dos principais eventos dos últimos 10 anos.
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